Wednesday, August 17, 2011

Mar, o mar

acordo no silêncio
só percebo o marulhar
do mar rasando a baixa-mar
espraiando-se umas horas mais.

afasto as cortinas floridas
ando de varanda em varanda
o mar o vento não abranda
já o sol aquece a areia.

descem guarda-sóis
pelas escadas de madeira
a água fria em cachoeira
enterra-se, cobra invisível.




Sunday, August 14, 2011

Praia

sou um vulto quieto
sentado numa cadeira
por dentro da moldura
da porta.
lá fora, a varanda alta
em baixo, o mar,
a linha ínfima do horizonte
em sol fogo.
a areia da praia
vai ficando só.
sou o vulto ensimesmado
não tiro os olhos
das ondas contínuas.
a luz de prata fere o olhar
a seguir desmaia e cai.
onde vai o barco à vela
que passa sem parar?
ficou a praia deserta
a noite vem sorrateira.
deixo o meu vulto
à varanda e desço.
pedimos a bebida do costume.
vamos brindar ao sol.